
A Suprema Corte de Justiça da Argentina confirmou nesta terça-feira (10) a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão por corrupção, determinando sua detenção imediata. A decisão extingue qualquer possibilidade de apelação e torna a ex-mandatária inelegível para cargos públicos de forma definitiva.
O tribunal rejeitou o recurso apresentado pela defesa, que tentava anular a sentença imposta em 2022 no caso conhecido como “Vialidad”, envolvendo desvios milionários em contratos de obras públicas na província de Santa Cruz, reduto político da família Kirchner.
Cristina, que tem 71 anos, pode solicitar o cumprimento da pena em regime domiciliar, conforme prevê a legislação argentina para pessoas com mais de 70 anos. O prazo estabelecido pela Corte para que ela se apresente voluntariamente é de cinco dias úteis.
A ex-presidente acompanhou a divulgação do veredito na sede do Partido Justicialista, em Buenos Aires. Logo após o anúncio, discursou diante de apoiadores que se reuniram em frente ao prédio. Em sua fala, criticou duramente o governo de Javier Milei, acusando-o de estar promovendo o desmonte de políticas públicas nas áreas econômica e educacional.
Cristina alegou ser vítima de perseguição política e afirmou que sua condenação já estava determinada previamente. “A sentença já estava escrita”, declarou, classificando os magistrados responsáveis pelo julgamento como “fantoches”.
Líder de peso no peronismo, Cristina Kirchner comandou a Argentina entre 2007 e 2015 e, mais tarde, voltou ao poder como vice-presidente no mandato de Alberto Fernández (2019–2023). Mesmo com a condenação, ela garantiu que sua prisão será “um testemunho de dignidade política e histórica”, mas reconheceu que não mudará a atual situação do país.